sexta-feira, 5 de junho de 2009

O Desespero Humano


Frente ao desespero, o eu que é eterno, procura a todo instante a morte de si-próprio, ou seja, busca-se nessa realidade uma eliminação do corpo enquanto finitude do ser, como se com a morte do corpo o eu conseguisse a superação dessa enfermidade, porém, é inadmissível tal conclusão, porque ele se desprendeu da realidade finita e cai na infinitude do ser, tendo como conseqüência o eterno desespero, noutra perspectiva, deseja-se a morte de sua própria existência, o homem quer esconder sua condição de ser delimitado pelo tempo, quer esconder que seu fim é determinado por sua condição de possibilidade, por suas escolhas, e por mais que ele fuja terá a morte como fim, mas é preciso uma postura frente à realidade, não fugir dela, pois se fugimos vivemos a morte em seus instantes reais, antecipamos o seu tempo. Nesse contexto, Abraão não se propõe a tal atitude, pois para ele não há essa necessidade de fuga, enfrenta sua condição do homem, mantém sua relação consigo mesmo e com o Absoluto, ultrapassando o geral e se sacrificando por ele, mas não de forma inconsciente, ao contrário, assumindo essa possibilidade do possível. (Eu)

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