sexta-feira, 15 de julho de 2011

Kierkegaard vs Igreja Luterana

Se a fé é estimulada pelo sofrimento, o homem não deve fugir dele pelas mundanidades - o divertimento de Pascal -, mas, ao contrário, deve procurá-lo como a oportunidade inesperada, concedida por Deus, de elevar sua alma até Ele. O cristão é, consequentemente, o homem do sofrimento, e o cristianismo como provação, como Paixão, é a  única via de acesso a Deus. Inelutavelmente: se Cristo é modelo da existência e se é verdade absoluta, essa verdade só pode conduzir ao sofrimento aquele que tenta se orientar por ela, que aceita de fato deixar-se desorientar por ela. A vocação do cristão é é o sofrimento, e Kierkegaard que, bem jovem, já teve sua parcela, tratará de realizá-la plenamente por toda sua vida. Foi essa concepção do cristianismo que o conduziu, pela lógica implacável de sua própria exigência, a romper com a Igreja de seu pais: para Kierkegaard, o cristianismo como interioridade só poderia opor-se ao mundo, só poderia ser-lhe heterogêneo.... Toda sua obra está a serviço de uma única coisa: esclarecer a natureza do cristianismo. (CHARLES LE BLANC, 2003, p. 22-23

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