terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Biografia Existencial de Kierkegaard


Este trabalho tem por finalidade fazer uma explanação breve de alguns pontos do pensamento dinamarquês, do filósofo Kierkegaard. Mas para entendermos melhor essa trajetória que este pensador percorreu, é conveniente que conheçamos um pouco a sua biografia, isto porque, a sua filosofia é necessariamente elaborada a partir da sua vivência real, pois ele buscou em si mesmo os elementos essenciais que o ajudassem na sua compreensão de si como homem singular. Ler as obras deste autor é adentrar em sua própria existência. Dentre muitos filósofos, Kierkegaard deve ser o único que realmente conciliou vida e obras. Seus livros são na verdade uma descrição do modo de vida que ele viveu. Seus pseudônimos são uma mostra visível dessa relação que há entre a sua existência e a sua escrita filosófica. Como também a sua relação com o seu pai e seu noivado com Regina marcam toda a sua produção intelectual.
Queremos iniciar este trabalho com um questionamento que nos veio ao longo dos estudos dos estágios existenciais e da biografia do autor dinamarquês. É sabido por todos os seus leitores que Kierkegaard compreendia sua vida pessoal profundamente marcada pelas escolhas que seu pai havia feito, principalmente, porque sua mãe – antes empregada da família – tornou-se a segunda esposa de Michael Pedersen Kierkegaard, após a morte de sua primeira mulher. Mediante esse episódio, a atmosfera de culpabilidade religiosa e a melancolia de seu pai, o filósofo vivia sob a consciência de culpa. Ao falar da morte paterna, ele a interpretou “como uma espécie de sacrifício feito em seu favor, de modo que fosse possível que eu me tornasse algo” (GARDINER, 2001: 14).
Partindo do ponto de vista desse dinamarquês nos propomos a fazer uma indagação relevante, considerando, sobretudo sua afirmação no Diário de 1844, de que “algum dia, não somente meus escritos, mas até a minha vida e todo o complicado segredo do seu mecanismo serão minuciosamente estudados”. Assim, a sua obra Temor e Tremor, discorrida no elogio sobre Abraão, não seria uma releitura de Johannes de Silentio sobre a vida do próprio Kierkegaard, tentando, de uma forma pseudonímica, explicar os vários estágios que esse filósofo viveu até sua auto-compreensão como homem subjetivo, ou até mesmo como indivíduo religioso? Fica aí o nosso questionamento levantado, e que alguém possa ter a paixão necessária para discorrer sobre o assunto, pois a nós nos basta até o momento dizer o que já foi escrito nas linhas anteriores desse trabalho.
Esse autor é considerado por alguns intérpretes como o grande precursor da filosofia existencialista. Essa corrente de pensamento emergiu no século XIX, especificamente nas décadas de 30 e 40. O presente filósofo nasceu em Copenhague, no dia 05 de maio de 1813. Sétimo e último filho de Michael Pedersen Kierkegaard e Anne Srensdatter Lund. Em 1823 nasce a sua futura noiva e amada, Regina Olsen, com a qual não contraiu matrimônio. Em outubro de 1830, Kierkegaard matricula-se na Universidade. Inscreve-se na guarda real, sétima companhia, onde é recusado por incapacidade física. A morte repentina do pai, em 1838, produziu em Kierkegaard um impacto emocional.
Em 1841, Soren devolve o anel de noivado a Regina. Em outubro do mesmo ano rompe definitivamente com sua noiva, viajando para Berlim. Esse rompimento se deu por ele achar impossível fazer uma mulher feliz, mas, mais do que isso, dá-se como decisão de uma conseqüência vocacional filosófica e religiosa. O seu noivado com Regina Olsen desempenhou um papel central no desenvolvimento de sua vida pessoal e/ou intelectual. No ano de 1843 tem conhecimento do noivado de Regina com Fritz Schlegel. Em 1845 Kierkegaard trava uma luta local com o jornal “O Corsário” que o humilha publicamente com publicações difamatórias, obrigando-o a utilizar alguns pseudônimos. Em 1855 morre Kierkegaard, um dos maiores pensadores da história da filosofia, seu sepultamento se dá no dia 18 de novembro. (Extraido do TCC apresentado a UNIFAI em DEZ-2009)

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